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18/10/2012

O ato da criação pela mediunidade, sua banalização e quais interesses morais existêntes.

                    Que é criação mediúnica ou criação pela mediunidade? O objetivo desta reflexão é trazer a tona velhos pensamentos, quando não, hábitos.
                    Na atualidade muito se produz em obras literárias difundidas em larga escala onde editoras emergem com o compromisso de divulgação da mensagem Espirita, sempre pautadas no bom senso evangélico ou com histórias inglórias das Lei de Causa e Efeito, isso tudo devido a popularidade que envolve o senso comum de aprender pelo caminho mais prático, normalmente essas histórias vem acompanhadas com pouquíssimo conteúdo doutrinário ao qual se limitam a citar o Evangelho ou Livro dos Espíritos, mui brevemente, dando enfase ao perdão e reconciliação donde envolve em geral histórias tristes com largo sofrimento, mas o rendimento a mudança invariavelmente ocorre pelo cansaço do sofrimento moral, não subtende-se que houve de fato uma reformulação moral, mas como disse, um quedamento das forças, um arrastamento ao inevitável.
                    As pinturas mediúnicas também continuam em alta, algumas atreladas ao compromisso de divulgação outras a cura outras as consultas aos espíritos e por ai vai, lembrando que algumas são ``cobradas´´ e mesmo assim são bem aceitas pois as cobranças referem-se a gastos sobre transportes material entre outros, é um subproduto da Doutrina Espirita por assim dizer que não agrega conhecimento elam da vã curiosidade dos que se aproximam na tentativa de fazer perguntas aos ``pintores´´, aliás sem levar muito adiante pergunto sobre a lei de reencarnação ao qual estes espíritos deveriam estar vinculados mas ai já é outra história.
                    Sobre a expectativa de receber musicas pela psicografia ou psicofonia ou até a possibilidade do êxtase ao qual se referia Mozart ( bom ao menos no êxtase Mozart ia direto a fonte ), sem esquecer também das poesias donde médiuns aplaudem ainda o ``Parnaso de Chico Xavier´´ e anseiam por dádivas espirituais.
                    Mas a grande questão é sobre ser ou não ser licito tal expectativa, o que ocorre por trás da alma de quem assim procede? Seria uma vontade inquestionável de trabalhar em prol da Doutrina ou seria simplesmente a necessidade de satisfação pessoal mesmo que esteja embutida entre os mais nobres sentimentos sociais. Ou ainda a ascensão profissional visando muito mais a lucratividade do que o interesse real cientifico doutrinário?
                    Vejam bem neste momento não esta em jogo simplesmente os valores morais, mas principalmente os valores intelectuais do avanço pessoal e cientifico. A esse respeito vejamos o que nos trás o Livro dos Médiuns (Perguntas que se podem fazer aos Espíritos)


                                            294. SOBRE AS INVENÇÕES E DESCOBERTAS

                    28ª Podem os Espíritos guiar os homens nas pesquisas científicas e nas descobertas?

                    “A ciência é obra do gênio; só pelo trabalho deve ser adquirida, pois só pelo trabalho é que o homem se adianta no seu caminho. Que mérito teria ele, se não lhe fosse preciso mais do que interrogar os Espíritos para saber tudo? A esse preço, qualquer imbecil poderia tornar-se sábio.
O mesmo se dá com as invenções e descobertas que interessam à indústria. Há ainda uma outra consideração e é que cada coisa tem que vir a seu tempo e quando as idéias estão maduras para a receber. Se o homem dispusesse desse poder, subverteria a ordem das coisas, fazendo que os frutos
brotassem antes da estação própria.

                    “Disse Deus ao homem: tirarás da terra o teu alimento, com o suor do teu rosto. Admirável figura, que pinta a condição em que ele se encontra nesse mundo. Tem que progredir
em tudo, pelo esforço no trabalho. Se lhe dessem as coisas inteiramente prontas, de que lhe serviria a inteligência? Seria como o estudante cujos deveres um outro faça.”

                    Se considerarmos ciência como o ato de busca de conhecimento das coisas, como metodologia a ser aplicada à algo, podemos transferir sem sombras de duvida que tudo que envolve a arte é um ato cientifico intimo muitas vezes do ser humano para que com sua ansiedade do alcançar busque também ferramentas para execução dos seus objetivos e desenvolva sua inteligência e sensibilidade. Mesmo que muitas informações nos cheguem pelas vias da intuição, ainda assim prevalece a liberdade e a oportunidade de otimizar esse pensamento como sendo fruto do desenvolvimento intimo. Nesse aspecto não pensem em mediunidade como veiculo de facilidades, aprendam a utilizar o que aprenderam, se querem POESIAS estudem seus aspectos gramaticais suas formas e através do exercício e desinteresse coloque em prática seu conhecimento, assim também se dá com a MUSICA, PINTURA, ATENDIMENTOS FRATERNOS.
                    Deste mesmo modo Ernesto Bozzano nos mostra em ``Os enigmas da Psicometria´´, não pela mediunidade externa mas pela capacidade anímica do sensitivo de que muitas coisas poderiam ser utilizadas em beneficio da humanidade, mas nesse ponto não saberíamos declarar até que ponto a humanidade ultrapassa a visão comercial de poucos mesmo que essa visão comercial seja mais estética pessoal em detrimento do poder financeiro.

                    Confirmando nossa proposição temos em O Livro dos Médiuns ``29ª. O sábio e o inventor nunca são assistidos, em suas pesquisas, pelos Espíritos?´´

                   “Oh! isto é muito diferente. Quando há chegado o tempo de uma descoberta, os Espíritos encarregados de lhe dirigirem a marcha procuram o homem capaz de a levar a efeito e lhe inspiram as ideias necessárias, mas de maneira a lhe deixarem todo o mérito da obra, porquanto essas idéias
preciso é que ele as elabore e ponha em execução. O mesmo se dá com todos os grandes trabalhos da inteligência humana. Os Espíritos deixam cada homem na sua esfera.
                    Daquele que só é apto a cavar a terra, não farão depositário dos segredos de Deus; mas, sabem tirar da obscuridade aquele que seja capaz de lhes secundar os desígnios. Não deixeis, pois, que a curiosidade ou a ambição vos arrastem por um caminho que não corresponde aos fins do Espiritismo e que vos conduziria às mais ridículas mistificações.”

                    Enfim caros amigos ao elaborar um trabalho certifique-se de ser uma ferramenta afiada preparada ao labor para não cair no erro mítico da transferência de responsabilidades.

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